quinta-feira, dezembro 13, 2007

EMAIL DE ÓOENSE: NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A PEÇA "Pesidente da junta de freguesia do Ourondo em tribunal"

Na qualidade de visado na peça titulada, por um lado devido a erros de conteúdo, por outro por ser omissa no que concerne a factos relevantes, solicito aos responsáveis deste blogue a publicação da seguinte nota de esclarecimentos


Após um longo interregno das lides da internet, é com relutância que ao visitar este blogue vejo o meu nome originar paragonas, mais a mais com a colagem a uma criatura que me provoca vómitos. Na qualidade de visado pela notícia do "Diário XXI", fielmente reproduzida na página deste blogue, assiste-me o dever profissinal e deontológico de rectificar a matéria quanto às graves imprecisões que contém, bem assim como prestar alguns esclarecimentos adicionais, já que a mesma não reflecte cabalmente o que na realidade se verificou no decurso do julgamento a que o artigo faz referência. Antes, porém, permitam-me os responsáveis por este blogue felicitá-los pelo excelente trabalho que têm vindo a realizar, bem assim como por interposta fonte endereçar a minha veemente crítica ao autor responsável pela respectiva local, tanto mais grave ainda por se tratar de um profisisional da comunicação social que não quis ou não soube respeitar as regras básicas de quem faz, ou pretende fazer jornalismo. Críticas igualmente extensíveis ao próprio blogue, cujos responsáveis se limitaram a transcrever a notícia do jornal fundanense, a qual, para além de não respeitar a verdade e conter inúmeras imprecisões, é igualmente omissa em relação à totalidade dos factos que se verificaram no decurso da alegada audiência, bem assim como das ulteriores que deram seguimento ao processo. Em contrapartida - e esta vai direitinha para os responsáveis por este blogue -, é de uma baixeza vil tratar pela rama assuntos que envolvem directa ou indirectamente o nome de honestos cidadãos, invocando terceiras fontes e furtando-se a confrontá-los com o disposto. Fica o registo, passemos ao que mais interessa.

Por omissão, erro, negligência, propositados, ou não, ou apenas por falta de profissionalismo do autor da matéria aqui reproduzida, a aludida peça acaba por realçar o acessório, induzindo o leitor em erro, deixando de lado o essencial, esquecendo-se de mencionar que para a referida audiência o tribunal apenas terá notificado as testemunhas arroladas pela defesa, não procedendo de igual modo relativamente ao corpo de testemunhas indicadas pela acusação. Procedimento que foi inclusivé relevado pelo representante do Ministério Público (MP), no referido processo constituído como assistente dos queixosos. Aqui fica o reparo, endereçado ao repórter responsável pela local, indivíduo que tendo assistido a toda a sesão, propositadamente, ou não, omitiu o facto. Relativamente ao processo propriamente dito, quando as coisas poderiam ter sido resolvidas numa única sessão, uma vez que todos os notificados foram ouvidos da parte da manhã, redondaria em três sessões, com a adveniente inconveniência para as partes, bem assim como para o sistema. Curioso, no entanto, é o facto destes trâmites, que a meu ver eram de importância fundamental para um julgamento justo, terem pasado despercebidos à maioria dos repórteres da imprensa generalista que fizeram a cobertura do caso.

"Errare humanum est", e por aqui me fico quanto a métodos utilizados pela comunicação social, a não ser no que concerne a determinado órgão da imprensa lá do burgo, cujo eminente director, à altura, por interposto repórter me solicitou uma entrevista, à qual respondi por escrito e até ao presente não vi publicada, sem que tão-pouco o aludido jornal tenha tido a ombridade de justificar a censura exercida sobre a mencionada matéria. Para quem, como eu, já exerceu a profissão num jornal diocesano, comportamentos subservientes não espantam, sobretudo quando protagonizados pela arraia eclesiástica.


Telenovela

Bem, à frente. Dado que também os responsáveis por este blogue se esqueceram de contar toda a história, temo que tenha de ser eu a prestar os devidos esclarecimentos. Podíamos aqui fazer um pouco de galhofa, usando as declarações das testemunhas arroladas pelo arguido - e acreditem que aquilo com o Cuco, o Tijoleira e a Víúvinha foi de partir o tutano a rir, algo digno de uma comédia italiana -, mas disso já se encarregou um pasquim que circula com alguma periodicidade pela freguesia, e além do mais seria matéria que não se enquadraria no espírito deste artigo.

Em resumo, um processo caracterizado por inúmeros percalços e atribulações, desde a trapalhada com as testemunhas, passando pela não notificação da principal e única testemunha ocular do incidente, a seu tempo citada na queixa apresentada pelas vítimas na esquadra da GNR do Paúl, com base na qual o MP haveria de se constituir como assistente dos queixosos. Algo que os jornalistas também não viram, ou não quiseram ver, reporta o inusitado movimento de pessoas que se gerou na sala de audiências no prelúdion da abertura da segunda sessão do julgamento, que iam falar com o arguido, dirigindo-se de seguida aos magistrados que à altura ocupavam os seus lugares na sala do tribunal. Outra facto que os repórteres se esqueceram de mencionar, concerne à peculiaridade do MP ter deixado cair a acusação em face do declarado pela já mencionada testemunha ocular, indíviduo que juraria pela saúde da sua mãezinha nada ter presenciado, afirmando-se ausente em parte incerta (Algarve ou Costa da Caparica), no dia a que os acontecimentos reportavam. Ainda que não tenha apresentado nenhum alíbi e não se recordasse com exactidão do lugar onde dizia ter estado, o MP aceitaria pura e simplesmente como prova a mentira.

Tudo isto espelha apenas percalços de um processo e tão-só servem para alertar as pessoas relativamente às porcarias que são publicadas na imprensa, e em particular os meus colegas de profissão, sobretudo no que concerne a questões deontológicas, e não só. Contudo, a terminar uma pergunta se impõe, a qual muito provavelmente se desenha no espírito de quem se deu ao trabalho de ler esta peça. Porque não recorreram da setença os queixosos. Duas razões fundamentais, explicam a desistência: Nenhuma vontade de encher o bolso a advogados e plena descrença na justiça. Por mim falo.

Em conclusão, não se ameaça de morte na via pública alguém que pretendamos assassinar, certo? Contudo, em face da ameaça proferida, e como nestes, bem assim como noutros casos similares, mais vale prevenir do que remediar, por receio e algum medo confesso, e sobretudo porque está em causa não apenas a minha segurança, bem assim como a dos meus familiares mais chegados, decidi não mais visitar a freguesia do Ourondo, por motivo algum. Ainda assim, isto, não implica que tenha desistido do objectivo de continuar a lutar pelos direitos dos ourondenses, como sempre foi meu apanágio.

Informe-se, a terminar e a título de nota de rodapé, que os dois contendores deverão voltar a sentar-se em breve nos bancos do tribunal. Só que desta vez, alguns documentos (assinados quer pelo punho do presidente da edilidade covilhanense, quer pelo do seu lacaio ourondense), poderão falar mais alto que todos os testemunhos, sejam eles falsos, ou verdadeiros. Porque esta gente não faz o que lhes compete, tão-pouco exercem com dignidade e honestidade os cargos que lhes foram confiados pelo eleitorado, envolvendo-se quando muito em questões jurídicas de lanacaprina, é por estas e por outras que o país chegou ao estado de degradação em que se encontra.

E siga a telenovela...

BF


Nota do Ourondocity: Está publicado o mais recente email recebido que data de 3 de Dezembro de 2007.

Ourondo foi a melhor coisa que aconteceu depois do nascimento do menino Jesus